18 agosto 2006

Investir é preciso

No dia 22 de outubro a cidade de São Paulo vai receber a última etapa da Temporada 2006 de Fórmula 1. Esta será a 35ª vez que o Brasil cedia uma prova da categoria e por várias vezes correu o risco de sair do calendário, hora por questões políticas, hora por questões de melhoria dos circuitos. Desde o final 2004 o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 vem garantindo presença com grande certeza para o ano seguinte. Isto se deve muito mais aos lucros que a cidade recebeu com o evento do que a visão de quem dirigia a cidade. Segundo a Fipe, cada um real investido no GP do Brasil retornam três para a cidade de São Paulo. Neste ano a prefeitura de São Paulo vai ter que desembolsar R$ 22 milhões, valor que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) pediu para melhorias e reformas no circuito de Interlagos. Ou seja se esta pesquisa se repetir, a cidade de São Paulo vai lucrar com o GP mais ou menos R$ 66 milhões.
Porém ocorre um certo descaso com alguns circuitos brasileiros hoje. Um grande exemplo é o autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Por causa do Pan-americano o autódromo esta sem receber provas e sem as devidas obras de reforma para receber o evento. O autódromo que recebeu por diversas vezes a Fórmula 1 nos últimos anos estava recebendo categorias como Moto GP, principal categoria do motociclismo mundial e Stock Car. Durante anos chegou a promover provas no circuito oval para a Fórmula Indy. Com as reformas paradas, o circuito não recebeu neste ano a Moto GP. Com as reformas o circuito ganharia novos complexos, mas para isto seu traçado seria mudado, algo que acabou não agradando a algumas partes do automobilismo nacional, chegando a mobilizar a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Porém a empresa responsável pelas reformas no circuito é a mesma que construiu os autódromos de Kuala Lumpur na Malásia, do Sakhir no Bahrein, de Istambul na Turquia e o de Xangai na China, hoje todos recebem etapas da Fórmula 1. Ou seja com as reformas o autódromo de Jacarepaguá ficaria com tecnologia e segurança de muitos autódromos europeus.
Em 35 edições somente por uma vez a temporada da Fórmula 1 terminou com o GP brasileiro, isto aconteceu em 2004 e em 2006, isto acontecerá pela segunda vez. No ano passado o título do campeonato foi decidido no Brasil, o que ajudou a valorizar o GP brasileiro. Neste ano isto pode se repetir, já que o campeonato está em aberto, faltando cinco provas a diferença entre o líder, Fernando Alonso, e o segundo colocado no campeonato, Michael Shumacher, é de apenas dez pontos, pontuação que se conquista com uma vitória. Se o campeonato realmente for decido em São Paulo o Grande Prêmio do Brasil pode aparecer ainda mais para o resto do mundo.
Em anos anteriores o GP do Brasil de Fórmula 1 correu sérios riscos de não entrar mais no calendário da categoria, isto aconteceu por questões políticas dentro e fora da categoria e por falta de investimento no autódromo de Interlagos. Em 2003, graças a Medida Provisória que proibia qualquer tipo de propaganda tabagista, Interlagos correu o risco de não receber a Fórmula 1 em 2004, até mudando do inicio para o do ano a data que o circuito receberia a categoria. Isto foi, por alguns jornalistas e especialistas, como uma desvalorização do Grande Prêmio. Outro fator que no mesmo ano e em 2004 ajudou para saída do GP brasileiro da categoria, foi o de a prefeitura paulistana, na época, cogitar o fim do GP paulistano, mas por insistência de pilotos e alguns organizadores o GP continuou. Pelo motivo do traçado de Interlagos ser antigo, com retas longas,curvas fechadas e lentas, ou longas e rápidas e traçado no sentido anti-horário (na Fórmula 1 apenas três circuitos tem esta característica: Ímola, na Itália, Istambul e Interlagos) o circuito tem características não encontradas nos autódromos mais recentes.
No ano passado foi anunciada a construção de um novo autódromo em Belo Horizonte, a cidade hoje não tem autódromos, o circuito seria construído primeiramente para receber a Stock Car, com possibilidade de receber outras categorias. Isto só mostra como o automobilismo vem crescendo no país, pelo menos na parte administrativa. Queremos acreditar que isto se reflita nas pistas, trazendo novos nomes de peso para o automobilismo nacional.

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