05 janeiro 2012

F1 – Dança das Cadeiras (2)


Vou terminar o quê comecei. Boa parte do grid está definida e já dá para se ter noção do que cada time quer. 22 das 24 vagas já têm piloto. Vamos ao que cada equipe pode oferecer em 2012.

Red Bull:
O time campeão conta com o mesmo grupo que conquistou os dois últimos campeonatos, além de contar com dois nomes chaves para a última conquista: Adrian Newey e Sebastian Vettel. O primeiro nome nada mais do que fez, para mim, o melhor carro das últimas três temporadas da Fórmula 1. Mesmo em 2009, quando a Brawn dominou a temporada, as Red Bulls pareciam serem melhores mesmo sem o bendito do difusor duplo. Se eu parar para falar de 2010 e 2011 é covardia. Já o segundo nome esteve impossível no último ano depois de muitas trapalhadas e uma incrível recuperação no final de 2010. O título do último ano foi a cereja em cima do bolo chamado planejamento que a marca de bebidas fez ao entrar em 2005 na Fórmula 1. Agora para 2012, espera-se que a disputa esteja mais acirrada para o bem dos próprios touros vermelhos que ainda contam em seu quadro de pilotos com o australiano Mark Webber que pouco fez no ano passado.

McLaren:
Para mim, o time de Woking sempre entra em um campeonato como favorito. Jenson Button e Lewis Hamilton formam a melhor dupla do grid, fator que só garante a McLaren como time favorito em qualquer final de semana. Button vem do seu melhor campeonato na carreira, melhor até que o de 2009, quando foi campeão. O inglês demonstrou estratégias e pilotagens de encher os olhos em algumas corridas de 2011, principalmente no GP do Canadá. Já Lewis Hamilton passou por um 2011 turbulento. O campeão de 2008 se envolveu em confusões fora da pista que o atrapalharam demais dentro dela. Mesmo assim venceu algumas provas, mas as várias confusões em que se envolveu na pista, principalmente com Felipe Massa, foram o que mais chamou a atenção. Apenas nas duas últimas provas, quando estava mais concentrado, Hamilton demonstrou o rendimento que lhe rendeu a fama de bom piloto. Em 2012 espera-se mais do primeiro negro na Fórmula 1. Com Button e Hamilton em forma a McLaren pode fazer frente com sobras a Red Bull e a Ferrari, a nossa próxima da lista.

Ferrari:
O time de Maranello não tem mais a melhor dupla dos times que ponteiam, mas ainda assim respira. Em 2011, só se viu um piloto combativo nos carros vermelhos: Fernando Alonso. O espanhol não perdeu a forma e colocou Felipe Massa no bolso mais uma vez. O brasileiro esteve longe de um bom rendimento e freqüentemente nem sequer defendia a sua posição na pista, só o fazia quando via a McLaren de Lewis Hamilton em seu retrovisor. Está certo que o carro italiano também não foi dos melhores, mas ainda assim Fernando Alonso venceu na Inglaterra e beliscou o vice, até terminar o campeonato em quarto. Neste ano a Scuderia Ferrari promete a reação começando pelo seu modelo. Outro fator que com freqüência aparece na mídia é a pressão da diretoria ferrarista sobre Massa, que tem de mostrar resultados melhores se quiser continuar vestindo este vermelho em 2013.

Mercedes:
Para algumas pessoas o time é o favorito, para mim não. Depois que a Mercedes assumiu o controle do que era Brawn o time não teve carro para bater os seus principais adversários. Nico Rosberg até que se esforçou, mas não conseguiu. Michael Schumacher já passou pela readaptação e tem demonstrado ter reencontrado um bom ritmo, mas não o mesmo de seus últimos cinco títulos ainda pela Ferrari. Espero um rendimento mais próximo de Red Bull, McLaren e Ferrari, já que a montadora faz pressão por melhores resultados.

Lotus:
O que era Renault agora é Lotus. O time perdeu muito com o escândalo deflagrado por Nelsinho Piquet e desde então não é o mesmo. A Renault já declarou que o time o seu primeiro time é a Red Bull e não mais a antiga Renault. A contratação de Kimi Raikkonen e a promoção de Romain Grosjean aconteceram para que o time tenha um novo fôlego. Raikkonen não tem fama de desenvolvedor de carros e Grosjean não fez boas atuações em sua participação anterior. Esta é aquela equipe que espero tudo ou nada. Ao mesmo tempo que o time tem tudo para dar errado, pode dar certo. A fase de Grosjean é melhor e Raikkonen quer uma nova chance depois de fracassar no WRC. Os dois querem demonstrar resultado, assim como a equipe que passou a ter um controle maior da montadora Lotus, que também quer resultados.

Force India:
Se tem um time que tem dado gosto de ver em corridas, é este. A Force India desde que passou para as mãos de Vijay Mallya tem dado bons frutos. Uma boa demonstração é a escolha da dupla para este ano: Paul Di Resta e Nico Hülkenberg. Nenhum dos dois decepcionaram em seus anos de estréia e agora seguem para a segunda temporada. Esta é a mesma aposta que a Sauber fez em 2011. Novatos de qualidade para atrair novos investidores. Dos times que estão fora do escalão principal da categoria, este é o que tem melhores perspectivas para esta temporada, já que os carros do time indiano não tem decepcionado.

Sauber:
Aqui está um time que teve grandes variações de desempenho durante o ano. Talvez este tenha sido o grande problema feito pela aposta de Peter Sauber. Os jovens Kamui Kobayashi e Sérgio Pérez foram rápidos, mas volte e meia tinham fracos desempenhos. Ainda assim acredito que a Sauber suba de rendimento já que Koba e Pérez demonstraram bons rendimentos, principalmente, no final de 2011. Resta a Peter Sauber fazer um carro que faça frente a Force India.

Toro Rosso:
A filial da Red Bull não teve um ano dos melhores 2011. O fator extra-pista foi fundamental para que a equipe não fosse bem com pilotos de médio para cima. A renovação é uma esperança de que os problemas do passado não retornem e que talvez um novo Vettel surja. Pelos desempenhos nas categorias de base e na própria Fórmula 1 a dupla Daniel Ricciardo / Jean-Éric Vergne tem tudo para dar certo e incomodar a Force India e a Sauber.

Williams:
Os problemas financeiros dos últimos anos refletem diretamente na pista. A escolha de Frank Williams já não passa mais pela qualidade do piloto e sim pela quantidade de dinheiro que ele pode trazer. Este é o impasse vivido pelo time no momento. A última temporada não trouxe nada de bom e Frank Williams precisa de dinheiro, ainda mais agora que a AT&T não renovou o contrato de patrocínio. Pastor Maldonado, que não é mais do que mediano, já está confirmado por seu vinculo com PDVSA. A segunda vaga ainda é um problema que está longe de ser resolvido.

Caterham:
A antiga Lotus, agora Caterham, é de longe o melhor time entre os mais novos. A dupla será a mesma pela terceira temporada consecutiva e Tony Fernandes não tem investido pouco para que a equipe entre no grupo intermediário do grid. Esta aí uma grande promessa para este ano. Se a Williams seguir na tocada que teve em 2011, teremos sim um novo time no bloco intermediário.

HRT:
O novo comando que assumiu no final de 2011, chegou fazendo grandes mudanças com a intenção de que a HRT perca a fama de pior time do grid. Para isso é preciso de dinheiro, coisa que a equipe nunca teve, lembrando os últimos anos da Minardi na Fórmula 1. Para que alguma mudança aconteça, foi contratado Pedro de la Rosa que sempre foi conhecido por saber desenvolver carros. Recomeça bem a HRT. Agora só resta saber se mesmo com nova direção os mesmos erros serão cometidos como, por exemplo, não testar o carro na curta pré-temporada.

Marussia:
Está aí, para mim, o mais controverso dos times. É um misto de Sauber, Williams e Toro Rosso. Os dirigentes até o ano passado queriam bons desempenhos sem investimento. Mesmo assim a equipe, as vezes, conseguia ficar a frente de Caterham e HRT. Outro ponto é a escolha de pilotos que sempre é pontuada pelo quanto um deles pode pagar enquanto se mantém Timo Glock pela terceira temporada seguida. O pagante da vez é o francês Charles Pic, que não me recordo ter tido grandes desempenhos nas categorias de base. Agora que a russa Marussia assumiu de vez o controle do time tenha uma melhora de desempenho, mas não acredito que vá acontecer.

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