GP da Inglaterra (4) - Mudanças de panorama

Pra quem queria chuva no domingo também, ela não veio, mesmo assim a corrida teve a sua graça. O pouco tempo das equipes com pista seca foi o que deu o tempero para a corrida. Os times não tinham certeza do que realmente fazer e as primeiras voltas foram determinantes para o resultado final da corrida.

Eu acredito que a escolha da Ferrari de cada carro largar com um composto foi a melhor de todo o grid, mas a equipe errou em não mudar a estratégia de Fernando Alonso assim que percebeu que o pneu duro tinha um ritmo melhor que o macio. Mesmo assim, os carros italianos ainda sofrem demais com aderência quando o pneu está chegando ao final da durabilidade, tanto que Felipe Massa, com composto duro, teve que segurar o quarto lugar nas voltas finais da corrida.

E o brasileiro está demonstrando que está voltando a ter a agressividade de antes. Está certo que ainda falta um bocado para Massa recuperar toda a sua velocidade de antes do acidente na Hungria em 2009, mas o brazuca já está muito próximo do ritmo de Fernando Alonso. Um exemplo é que sua volta mais rápida na corrida foi pouco menos de 0s2 mais lenta que a do espanhol, no início do ano essa diferença era de no mínimo 0s5. Para uma corrida isso é demais.

Bruno Senna também não decepcionou. A corrida de Senna foi mais discreta, mas a ultrapassagem quando restava apenas uma volta para o final mostrou que o brasileiro está com um bom ritmo mesmo no final da prova e está sabendo lidar com os pneus da Pirelli.

A McLaren decepcionou em casa. O mesmo fez a Mercedes. As duas equipes que estavam duelando com a Red Bull no início do ano perderam muito o rendimento nas últimas corridas, seguindo o caminho contrário do que aconteceu com a Ferrari. No caso da McLaren, Lewis Hamilton saiu do oitavo lugar e por ali mesmo terminou, enquanto Jenson Button partiu de 16º e foi terminar em 10º, o inglês só fez ultrapassagens que seriam naturais durante a corrida, não enfrentou carros do mesmo nível que o seu. A Mercedes viveu um drama maior. Michael Schumacher saiu do terceiro lugar e terminou em sétimo, Nico Rosberg saiu do 11º para terminar em 15º. Esta última queda justificada por um problema em uma das trocas de pneus, mas o desempenho durante a corrida não mostrava que terminaria muito mais adiante que o 11º.

A Lotus segue a mesma toada do início da temporada. O time em nenhum momento brigou pela ponta da corrida, mas sempre teve os carros muito bem posicionados, tanto que foram os primeiros carros depois das Red Bulls e das Ferraris.

Antes que eu esqueça, Pastor Maldonado merecia uma punição mais severa por ter tirado Sérgio Pérez da corrida. Não é a primeira e nem será a última vez que o venezuelano apronta das suas e já está merecendo um “Stop and Go” se repetir algo do gênero na Alemanha ou depois. Maldonado não pontuou desde a vitória na Espanha, a quinta etapa, e tirou dois pilotos das duas últimas duas corridas. Merece algo mais pesado como punição.

Fica muito claro nesta altura do campeonato que os times que enfrentaram crises no início da temporada estão se recuperando e se mantendo na dianteira da tabela enquanto os times que tinham a ponta perderam rendimento. A Red Bull sempre esteve à frente no campeonato de construtores, mas no de pilotos nunca foi absoluta. Com toda a certeza os touros vermelhos tem o melhor carro e irão se recuperar do fraco início de temporada. O mesmo acontece com a Ferrari. Se Alonso e Massa penaram quando o campeonato começou, agora despontam como favoritos para as vitória. McLaren e Mercedes vivem momentos contrários aos da Red Bull e Ferrari. A Lotus segue com a mesma moral do início, sempre como candidata a vitória e sempre batendo na trave. Lembrando que a próxima corrida marca o final da primeira metade da temporada e nenhum piloto ou equipe despontou como favorito absoluto.

O pódio de ontem com Mark Webber, Fernando Alonso e Sebastian Vettel é o espelho dos candidatos ao título desta temporada. A segunda vitória de Webber só força Vettel a correr atrás do prejuízo e Alonso a se manter na ponta da tabela. Agora apenas um piloto está dentro da diferença de 25 e quatro da diferença de 50 pontos para o líder do campeonato, Fernando Alonso.

Confira as classificações dos campeonatos de pilotos e construtores:
1) Fernando Alonso (ESP) – 129 pts;

2) Mark Webber (AUS) – 116 pts;

3) Sebastian Vettel (ALE) – 100 pts;

4) Lewis Hamilton (ING) – 92 pts;

5) Kimi Raikkonen (FIN) – 83 pts;

6) Nico Rosberg (ALE) – 75 pts;

7) Romain Grosjean (FRA) – 61 pts;

8) Jenson Button (ING) – 50 pts;

9) Sérgio Pérez (MEX) – 39 pts;

10) Pastor Maldonado (VEN) – 29 pts;

11) Paul Di Resta (ESC) – 27 pts;
12) Michael Schumacher (ALE) – 23 pts;

13) Felipe Massa (BRA) – 23 pts;

14) Kamui Kobayashi (JAP) – 21 pts;

15) Bruno Senna (BRA) – 18 pts;

16) Nico Hülkenberg (ALE) – 17 pts;
17) Jéan-Eric Vergne (FRA) – 4 pts;
18) Daniel Ricciardo (AUS) – 2 pts;

1) Red Bull - Renault (AUT) – 216 pts;

2) Ferrari (ITA) – 152 pts;

3) Lotus - Renault (ING) – 144 pt;

4) McLaren - Mercedes (ING) – 142 pts;

5) Mercedes (ALE) – 98 pts;

6) Sauber – Ferrari (SUI) – 60 pts;

7) Williams - Renault (ING) – 47 pts;

8) Force India - Mercedes (IND) – 44 pts;
9) Toro Rosso - Ferrari (ITA) – 6 pts;

A próxima corrida é o GP da Alemanha que acontece entre os dias 20 e 22 de julho, em Hockenheim, na Alemanha.