Este é o valor deverá custar toda a reforma no Autódromo Internacional José Carlos Pace, mais conhecido como Interlagos. O edital de licitação já está aberto, as obras devem começam em Outubro para um reparo ou outro para o GP do Brasil deste ano, irão parar no mesmo mês e só retornarão em Janeiro de 2014. Tudo isso pra quê? Para garantir a Fórmula 1 no Brasil até 2020. Mas a pergunta é a seguinte: R$ 160 milhões é muita grana para a reforma de apenas um autódromo?
Vamos aos números usando como referência um certo evento esportivo que está por vir em 2014. Só para o estádio da final da Copa do Mundo, o Maracanã, foram gastos R$ 1,208 bilhão, quase dez vezes mais que a reforma em Interlagos. E você daí do outro lado se pergunta o que isso tem com a Copa? Eu respondo!
O futebol é mais do que autossustentável no Brasil, já caminha com pernas próprias há muito tempo. A CBF em parceria com as empresas privadas e clubes poderiam muito bem arcar com os custos da Copa sozinhos. Enquanto isso outros esportes, e não digo que isso acontece apenas com o automobilismo, estão as minguas. Está certo que o maior problema é mesma corrupção que impera lá em Brasília e que o povo tanto protesta, e com razão. Acredito que o governo federal poderia pensar um pouco mais no Handebol, Judô, Tênis de mesa etc. Depois vão querer cagar medalhas de ouro, prata e bronze nos Jogos Olímpicos de 2016 para justificar qualquer tipo de superfaturamento que provavelmente irá acontecer nas obras. Que o leitor deste blog fique bem consciente de que o tempo para a “criação” de atletas de potencial para medalhas no Rio de Janeiro já passou e não são os complexos esportivos entregues 15 dias antes do evento que irão tornar o país numa potência esportiva dias depois.
Voltando ao automobilismo, outro dia surgiu o, até agora, “boato” de que o Autódromo Internacional de Curitiba vai fechar no final de 2015, Jacarepaguá já era e pode esquecer qualquer planejamento de um Autódromo Carioca tão cedo porque Deodoro está envolvido em uma série de problemas explosivos, no sentido literal da palavra, já que o terreno entregue para a CBA era uma antiga base militar para treinamento com minas terrestres. Goiânia virou caso de polícia, Brasília (ao lado do Mané Garrincha) foi reformado igual ao nariz do presidente da CBA. Aqui no Paraná, Londrina e Cascavel vem de reformas recentes, mas não sei por quanto tempo irão aguentar. No nordeste, não tenho a menor ideia do que acontece, mas até o que eu sei a situação para médio prazo não é das melhores.
A Revista WarmUp, na edição de Julho, detalhou melhor a situação, mas o retorno financeiro de um GP do Brasil, proporcionalmente, é muito maior que o da Copa do Mundo. Somente no ano passado, o GP rendeu R$230 milhões entre investimentos de empresas e gastos de turistas. Cinco anos atrás, quando fiz o meu TCC para a graduação, cheguei a seguinte proporção: para cada R$1 investido no GP do Brasil retornavam entre R$3 e R$4 para o país, direta e indiretamente. Naquele ano foram investidos R$22 milhões e retornaram, não lembro o valor exato, entre R$60 milhões e R$80 milhões.
O certo mesmo seria não usar o dinheiro público para o lazer, mas já que reformaram os estádios, que reformem os autódromos, os ginásios e por aí vai. Só não roubem o nosso suado dinheiro e que priorizem os hospitais, escolas, estradas etc. O imposto que eu e você pagamos merece um destino melhor.
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