27 julho 2015

F1 2015 - GP da Hungria - Vettel vence, iguala marca de Senna e Mercedes fica fora do pódio

Twitter / Formula 1 (@F1)
Vettel chegou a segunda vitória no ano e com a Ferrari, a 41ª da carreira
É! Dá para dizer que essa foi a melhor corrida do ano até o momento. O GP da Hungria viu outra vitória de Sebastian Vettel com a Ferrari e erros dos pilotos da Mercedes que acabaram tirando a equipe do pódio pela primeira vez nessa temporada. Outra coisa que chamou a atenção de quem assistiu a corrida deste domingo foram as várias posições que aconteceram durante o GP, mas esse assunto é pra daqui a pouco. Por sinal, vou tentar fazer as coisas um pouco diferentes desta vez.

Sebastian Vettel: Segunda vitória do alemão com a Ferrari e também a segunda dele neste ano. Diferente da Malásia, Vettel assumiu a ponta antes da primeira curva. O restante da corrida foi parecido com a da Malásia para o alemão, vou explicar a razão. Vettel manteve um ritmo melhor que dos carros mais próximos dele - nesta corrida, Kimi Raikkonen e Nico Rosberg - abriu espaço com certa facilidade, principalmente por usar melhor os pneus. Está certo que o SF15-T estava usando melhor os pneus da Pirelli, mas a principal razão pela qual a Mercedes deixou o pódio foram os seus pilotos. Vettel não se intimidou quando o safety-car saiu da pista, relargou melhor e aos poucos recuperou uma vantagem segura para a vitória. Bela corrida do alemão que igualou a marca de vitórias de Ayrton Senna, 41 para cada um, e agora segue em busca de Alain Prost (51 vitórias) e Michael Schumacher (91 vitórias) - interessante é que cada um dessas três maiores marcas tem a dezena mais uma vitória, nada que seja muito importante, só achei curioso.

Daniil Kvyat: Primeiro pódio do russo que fez uma boa corrida salvo um único deslize, mas que não comprometeu o resultado final dele na corrida. Kvyat seguiu uma estratégia de manter o bom ritmo que a Red Bull apresentava em Hungaroring e tentar ganhar mais pontos nos erros dos adversários. Deu certo! O erro só veio quando ele precisou ganhar a posição de Lewis Hamilton na relargada, o russo ultrapassou Hamilton usando a área de escape - aos 29 segundos desse vídeo aqui - e recebeu um Time Penalty de 10 segundos e outros dois pontos na carteira - os primeiros de Kvyat desde o ano passado, quando entrou na categoria e o sistema começou a valer.

Daniel Ricciardo: Na minha visão, a maior vítima dessa corrida foi o australiano da Red Bull. Primeiro ele foi atingido por Hamilton na relargada - veja aqui - e já ficou com o carro um pouco quebrado por ali e depois Nico Rosberg fechou a trajetória de Ricciardo após dar um "X" no australiano e quebrou a asa dianteira do Red Bull #3 - veja aqui e aqui. Está certo que o Ricciardo errou a freada e passou do ponto, mas Rosberg fechou o australiano antes de livrar todo o carro do adversário. Daniel Ricciardo ainda foi guerreiro e terminou em terceiro com a asa ainda quebrada e parte da lateral avariada. Para mim, o australiano foi inocente nas duas situações sofrendo com o erro de cálculo dos pilotos da Mercedes.

Momento em que quebra a asa do carro de Hülkenberg
Nico Hülkenberg: O alemão foi o piloto que sofreu o maior susto do final de semana. A asa da Force India quebrou no final da reta dos boxes, onde os carros atingem a maior velocidade na pista, e mesmo com Hülkenberg freando o carro só parou na proteção de pneus. Por sinal, a Force India já tinha tido uma quebra de suspensão no carro de Sergio Pérez na sexta que acabou fazendo o carro do mexicano capotar. Pelo menos deu para ver que o episódio de Jules Bianchi somado a morte do piloto já trouxe mudanças nos procedimentos da categoria. Primeiro foi acionado o safety-car virtual - que nada mais é que uma bandeira amarela em toda a pista -, mas uma vez que a pista tinha muitos detritos a direção de prova colocou o safety-car na pista. Para completar, para que não houvessem furos de pneus o safety-car guiou os carros pelo pit-lane. Só faltou um caminhão-vassoura para agilizar a limpeza porque deixar os fiscais de pista limparem tudo com a vassourinha da vovó é complicado.

Hamilton passeando na brita ainda na primeira volta
Lewis Hamilton: O líder do campeonato vacilou e feio nessa corrida da Hungria. Largou mal, se afobou e errou mais uma vez ainda na primeira volta e despencou para o décimo lugar. Se recuperou bem, contou com o safety-car para colar nos ponteiros, mas se afobou na tentativa de ultrapassagem sobre Daniel Ricciardo - que eu comentei ali em cima - e perdeu todo o trabalho feito antes e fechou a corrida em sexto. Hamilton só não terminou o dia bicudo porque admitiu os erros e, principalmente, porque Rosberg terminou a corrida apenas em oitavo e permitiu que o inglês aumentasse a vantagem no campeonato mesmo com o resultado ruim.

Nico Rosberg: Para mim, Rosberguinho foi covarde. Ele perderia a corrida mesmo que não tivesse furado o pneu com Daniel Ricciardo. Por quê? Eu explico! Durante a corrida, a Mercedes tinha um desempenho ligeiramente inferior ao da Ferrari, mas os pneus macios amenizavam a situação e ainda permitiam aos carros prateados uma reação. Mesmo diante disso tudo e já ter usado os dois compostos, Rosberg optou por repetir o uso dos pneus médios enquanto Vettel teria que usar os médios por só ter andado com os macios, ou seja, quando teve a oportunidade de tentar ser mais rápido, o alemão preferiu se contentar com o segundo lugar na corrida e não tentar a vitória. O toque com Ricciardo mais tarde só foi reflexo da escolha errada porque o piloto da Red Bull repetia os compostos macios após ter andado com os pneus médios e chegou com facilidade em Rosberg.

Resultado final da corrida (clique para ampliar)
Felipe Massa: O brasileiro foi o reflexo da Williams em pista lentas como Mônaco e Hungria - como deverá ser em Cingapura -, além é claro de pagar por um erro bobo antes mesmo da corrida começar. Massa não parou no lugar correto ao alinhar no grid, obrigou uma volta de apresentação extra e foi punido com um Time Penalty de 5 segundos. Para completar a Williams não andava bem com nenhum dos dois compostos e Massa se arrastou em Hungaroring. Valtteri Bottas seria a salvação da lavoura para o time de Grove, mas o finlandês teve um pneu furado em uma disputa de posição e não se recuperou mais.

Felipe Nasr: O brazuca da Sauber mais uma vez fez o que pode e conseguiu fazer uma boa corrida para o que era esperado dos carro do time suíço. Apenas melhores que a Manor Marussia, a estratégia era ganhar posições com os erros dos adversários e deu certo. Com Marcus Ericsson e Nasr largando de 17º e 18º respectivamente, a Sauber conseguiu um pontinho com Ericsson e viu Nasr terminar em 11º.

Pastor Maldonado: O venezuelano foi o reflexo da corrida com mais punições nos últimos anos - 12, todas na corrida - e saiu da Hungria com mais quatro para a longa lista. Só Maldonado conseguiu três punições durante a corrida e mais uma de pontos na carteira que veio após o GP terminar. Se liga na lista do piloto da Lotus: acidente com Sergio Pérez, excesso de velocidade nos pits e por ultrapassagem com safety-car, fora os dois pontos na carteira pelo acidente com Pérez. Sobrou canetada na corrida de ontem, a lista de punidos também contou com Massa (que já tinha falado antes), Hamilton, Romain Grosjean, Max Verstappen e Daniil Kvyat.

Max Verstappen: Verstappinho entrou na lista de punidos, mas não deixou de fazer uma bela corrida. O jovem holandês correu bem, se aproveitou dos vacilos da galera que andava na ponta e terminou em quarto. Situação que colocou quatro pilotos vindos do Programa da Red Bull nas quatro primeiras posições, afinal, Vettel, Kvyat, Ricciardo e Verstappen passaram pelo programa da marca de bebidas.

Fernando Alonso: O espanhol foi outro que surpreendeu e terminou em quinto pelas mesmas razões de Max Verstappen - aproveitou os erros e problemas de quem vinha à frente unidos ao desempenho constante - e salvou um quinto lugar. Jenson Button só não terminou em posição melhor porque foi ultrapassado por Hamilton e Rosberg nas voltas finais e terminou em nono. A McLaren conseguiu pontuar pela primeira vez no ano com os dois carros em uma mesma corrida.

Campeonato após o GP da Hungria (clique para ampliar)
A situação do campeonato segue praticamente igual ao que era antes da Hungria. A diferença entre Hamilton e Rosberg subiu para 21 pontos. Vettel reduziu a diferença para Hamilton para 42 pontos. Logo atrás, Bottas, Raikkonen e Massa que não pontuaram seguem exatamente como chegaram em Budapeste. A diferença aparece no sétimo e oitavo lugares. Ricciardo e Kvyat abriram vantagem para Hülkenberg e Grosjean com os resultados desse domingo e ficam um pouco mais tranquilos em suas posições.

Agora a F1 só volta no final de agosto. A categoria entra no período oficial de férias em que as equipes tem alguns dias de descanso obrigatório - ninguém pode pensar em chegar perto de carro algum - e o GP de retorno é o da Bélgica, em Spa-Francorchamps, entre os dias 21 e 23 de agosto.

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