19 julho 2015

#RememberJules

Fotos: Facebook / Manor F1 Team
Jules Bianchi no último final de semana dele na Fórmula 1
Acabei sabendo apenas nesse sábado de manhã da notícia que ninguém que é ligado ao automobilismo gostaria de receber. A morte de Jules Bianchi nove meses após o acidente que aconteceu durante o último GP do Japão faz qualquer pessoa ligada ao automobilismo parar e pensar: "Esse esporte que tira vidas é o que eu gosto"? A resposta ainda assim é "sim".

A reposta continua sendo positiva porque apesar das grandes perdas, temos muita alegria acompanhando e praticando o automobilismo. Se você que lê esse texto resolver perguntar para qualquer apaixonado quem proporcionou as maiores alegrias para os fãs do esporte à motor nos últimos anos uma das respostas com toda a certeza será Jules Bianchi.

"Ah! Mas estão falando isso porque ele morreu". Não! O francês estava no seleto grupo de pilotos que chamavam a atenção ainda nas categorias de base com corridas magnificas, disputas de título sensacionais e uma consistência rara de se ver em jovens pilotos, tanto que ele era a figura de maior importância na recente Acadêmia de Pilotos da Ferrari.

O talento de Jules Bianchi era indiscutível. Se esperava que o francês de 25 anos logo deveria sair da Marussia e rumar para a Ferrari onde o seu potencial poderia ser explorado em sua totalidade e um título poderia vir em breve. A estreia de Bianchi na Marussia - além de ser uma forma de abater as dívidas do time com a montadora - foi uma forma da Ferrari dar quilometragem para o jovem francês.

Bianchi e a equipe Marussia comemorando os primeiros pontos
Bianchi correspondeu muito bem. Na primeira temporada, em 2013, Bianchi foi o melhor entre os pilotos das equipes nanicas - Caterham e Marussia - e em 2014 conseguiu um feito maior ao marcar dois pontos com a Marussia durante o GP de Mônaco. O resultado fez Bianchi terminar a temporada em 16º, a frente de Pastor Maldonado da Lotus - que teve um carro melhor que o do francês -, mesmo sem disputar as últimas etapas do ano devido ao acidente no Japão.

Sou sincero que - se tivesse que saber disso -  preferia saber da notícia da morte dele nove meses atrás do que somente agora. Por quê? Imagine o tamanho do sofrimento da família dele neste período, as esperanças alimentadas e todo o resto, antes Bianchi tivesse falecido naquele 05 de outubro do que no último 18 de julho. Essa espera gera um sofrimento gigantesco.

Digo para você que lê esse texto, não espero que aconteça uma revolução na busca pela segurança como aconteceu 21 anos atrás com as mortes de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna. A Fórmula 1 introduziu o Virtual Safety-Car - que nada mais é que uma bandeira amarela em todo o circuito e os carros tem que andar em velocidade reduzida durante esse período -, mas ainda é pouco.

Sou a favor da introdução do canopy - cúpula de vidro que protegeria a cabeça dos pilotos e é sempre vista em aviões caça - nos fórmulas. Quem sabe com a morte de Bianchi as equipes resolvam mudar de idéia? O quê eu sei é que a Fórmula 1 precisa fazer mais pela segurança de suas estrelas, já que nada foi feito em 2009, no acidente de Felipe Massa na Hungria.

Agora, já passou da hora da Fórmula 1 voltar a ser a referência em segurança e propor uma mudança radical em seus carros para que episódios assim não se repitam mais.

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