Esse 1º de fevereiro está pra lá de curioso. Duas notícias envolvendo pilotos pagantes movimentaram o noticiário do automobilismo ao longo do dia: a saída de Pastor Maldonado da Renault e a entrada de Max Chilton na Chip Ganassi. Curiosamente, situações opostas.
Nunca escondi que prefiro pilotos com mais talento em relação aos pagantes (que geralmente vem com muita grana, mas desprovidos de talento), defendi por muito tempo, por aqui mesmo, a escolha de Vijay Mallya em manter o experiente Giancarlo Fisichella nas primeiras temporadas da Force India por dar preferência a qualidade do piloto do que pela grana que entra, afinal, a falta de talento pode custar mais caro que a grana que forra os caixas logo de cara. Hoje o próprio Mallya segue a receita de mesclar pilotos de talento, mas que tragam algum retorno aos caixas da equipe.
Maldonado e Chilton são dois exemplos interessantes. Maldonado sempre levou para as equipes em que passou nas categorias de base e na Fórmula 1 muito mais dinheiro do que a habilidade de conduzir um carro e ainda assim teve raros lampejos de talento, tanto que venceu o GP da Espanha de 2012 com propriedade, mas foi só.
Chilton por sua vez estreou em 2013 na Marussia e conseguiu completar todas as corridas daquela temporada (e mais algumas do início de 2014), mas a responsabilidade por trazer os primeiros pontos ao time acabou sendo de Jules Bianchi. O inglês é constante, mas não parece ser rápido, afinal de contas, aquela Marussia não era o carro certo para mostrar se o piloto tem velocidade.
Nos últimos dias a notícia de que Kevin Magnussen entraria no lugar de Pastor Maldonado porque a PDVSA, petrolífera estatal venezuelana que bancou a carreira de Maldonado, não pagou o valor acordado com a Renault justamente por causa da séria crise que passa a Venezuela. Como os franceses não querem fazer feio no retorno da equipe oficial da montadora, uma grana preta está sendo investida no programa e, digamos assim, a Renault não está precisando do dinheiro que vem do contrato com Maldonado. Hoje a Autosport começou o dia dizendo que Magnussen já estava com o contrato assinado para substituir Maldonado e o próprio venezuelano confirmou a "pá de cal" na sua temporada 2016. Particularmente, acho a decisão da Renault a mais acertada possível e olhe que nem precisava esperar a falta de pagamento da PDVSA. Magnussen deve ser anunciado no dia 3, quando a Renault apresenta o seu novo carro e os planos da equipe.
No caminho contrário da crise de Maldonado, Max Chilton garantiu a "vaga paga" da Chip Ganassi. É, faz algum tempo que titio Chip Ganassi resolveu colocar um quarto carro no grid da Indy com uma condição: que o piloto traga um patrocinador que banque esse carro. Olhe só, Max Chilton preenche esse requisito! A diferença da situação de Chilton para a de Maldonado é que Ganassi não liga muito para o desempenho e mais para a grana que o piloto traz. A principal característica é que os pilotos não costumam correr mais de uma temporada no carro #8.
Chilton já sonha com o título da Indy, mas o fato é que é lá nos Estados Unidos que o inglês vai se provar como um piloto que é bom de fato e mereça a atenção do mundo do automobilismo não apenas pela grana.
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